segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ela venceu um câncer!



Segue uma reportagem que eu fiz e que acho que vale muito a pena compartilhar aqui. Pude acompanhar de perto esse momento retratado na história e tenho muito orgulho de ver que elas venceram tudo isso. Amo vcs!




Aos 49 anos, a aposentada Célia Wiggers Michels, hoje com 60, recebeu o diagnóstico que todo mundo teme receber um dia: um câncer. Porém, um dos exames realizados anualmente fez com que o câncer de mama fosse diagnosticado cedo e possibilitou um tratamento de sucesso que lhe trouxe a cura. Esse é mais um exemplo que mostra porque a mulher, principalmente depois dos 40 anos, deve buscar o exame clínico ao menos uma vez por ano. Mulheres com casos de câncer na família, devem fazê-los assiduamente já a partir dos 35 anos.
Célia, em um exame de rotina, decobriu estar com uma calcificação, o que segundo o médico radiologista que a atendeu, não seria nada sério, principalmente pelo fato de ela já ter apresentado outras calcificações anteriormente e que teriam desaparecido. Diante da falta de preocupação do médico, a aposentada demorou dois meses para procurar um mastologista, que detectou o câncer de mama. "Simplesmente fiquei sem chão. Troxeram-me um copo de água, fiquei muda, nao queria acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Nem sei como consegui sair do consultório", conta.
A notícia não poderia ter vindo em pior momento, dois dias antes do Natal. Passado o susto inicial, apesar da preocupação, Célia precisou vencer a ansiedade. Apenas um mês depois da descoberta da doença é que passou pela primeira cirurgia e, após dois meses, iniciaram-se as sessões de quimioterapia. Foram quatro sessões a cada 21 dias e com elas, vieram as reações. "Após cada sessão, eu ficava uma semana de cama, me recuperando. Foi quando meu cabelo começou a cair, mas isso foi o menor sofrimento", lembra.
Vinte dias após a última sessão de quimioterapia, veio a radioterapia, com 33 sessões diárias. "Não é fácil aceitar tirarem uma parte do nosso copro. A quimioterapia me causou muito sofrimento pelas reações horríveis e a radioterapia me deixou bastante queimada", recorda.
O tratamento teve a duração de oito meses, continuando com o uso de medicamentos por mais 10 anos. "Hoje, após 11 anos de muita luta, de correria e muitos exames, voltei a ter uma vida normal. Mas com câncer ou sem câncer, todas devem fazer exames ao menos uma vez ao ano. Desejo que todos tenham força para superar também tantas dificuldades".
Além do tratamento, Célia afirma que outras fontes de inspiração e força lhe ajudaram a vencer a doença. "Foi Deus e o apoio da minha família, que ainda precisava de mim",
ressalta. E foi justamente a família que sofreu junto. "A notícia do câncer nos deixou em choque, pois o pilar da nossa família estava doente. Passavam mil coisas horríveis por nossas cabeças, mas tentávamos de tudo para não demonstrar a ela que estávamos abalados. Buscamos dar força, sempre mostrando que isso logo iria passar e tudo iria voltar ao normal. Com certeza fez com que a família ficasse mais unida", conta Izabel Wiggers Michels, 27 anos, a mais nova dos quatro filhos.
Além da união familiar, veio também uma lição. "Comecei a dar valor à vida, às pequenas coisas que não tinha tempo de observar e curtir. Vivo o hoje, o amanhã só Deus sabe", complea Célia.




Exame anual ajuda preservar vidas


Diante dos números preocupantes e dos crescentes casos de câncer de mama em mulheres de todo o mundo foi criado o Outubro Rosa, um movimento mundial de mobilização pela prevenção do câncer de mama.
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo é o mais comum entre as mulheres, correspondendo por 22% dos casos novos a cada ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Enquanto nos países desenvolvidos a sobrevida média em cinco anos é de 73%, nas nações em desenvolvimento (grupo no qual se inclui o Brasil) esse número cai para 57%. A mamografia anual a partir dos 40 anos é a única forma de corrigir essa tendência. O diagnóstico precoce salva vidas.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. O número de casos novos da doença estimados pelo Inca para o ano passado foi de de 49.240, com um risco estimado de 49 casos para cada 100 mil mulheres.
Há diferenças regionais importantes na distribuição do câncer de mama no país. O sudeste tende a concentrar mais casos, com risco estimado de 65 casos novos por 100 mil mulheres. A doença é a mais frequente nas mulheres do Sul (64/100 mil), Centro-Oeste (38/100 mil) e Nordeste (30/100 mil). O risco estimado mais baixo encontra-se no Norte, com 17 casos novos para 100 mil mulheres. Os números regionais são explicados pelo estilo de vida. O câncer de mama está relacionado ao processo de urbanização da sociedade, sendo que, quanto maior o status socioeconômico, maior o risco de adoecimento.

Sintomas

Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.




Diagnóstico precoce
Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença. Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama. Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.




Prevenção
Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, é uma recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolver a doença. A ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada, é contra-indicada, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.
Vale lembrar que o auto-exame das mamas, feito pela própria mulher, não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado  para essa atividade. O exame clínico das mamas pode detectar tumor de até um centímetro, se superficial. Ele deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
Já a mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica. A mamografia é  realizada em um aparelho de raio-X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é suportável.






Lei 11.664, de 2008
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.




Fonte: www.inca.gov.br







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigadinha pelo comentário ;)